Prestes a completar 37 anos, Alessandro Tosim coleciona bons trabalhos frente à seleção brasileira de goalball. Jundiaiense, casado e pai de uma filha de quatro anos. É professor universitário, fã de samba e fascinado pelo trabalho que desenvolve com pessoas com déficit intelectual (principalmente com portadores de Síndrome de Down). Tosin ganha fama e força para continuar comandando uma seleção que até pouco tempo era desconhecida no mundo esportivo.
Comando Esportivo - O que é o Goalball?
Alessandro Tosim - Goalball é um esporte coletivo
criado para pessoas com deficiências visuais, não precisa ser totalmente cego, parcialmente cego já basta. Todos tem de usar vendas na hora do jogo e o objetivo é que os jogadores marquem gols através dos lançamentos com as mãos.
Alessandro Tosim: "Em janeiro já começaremos a preparação para as Olimíadas do Rio"
(Foto: arquivo pessoal Fabio Bogajo)
CE - Como
está o crescimento do esporte no Brasil?
AT - No Brasil é o esporte mais praticado por cegos, contando com aproximadamente 70 equipes. E a tendência é que o esporte cresça mais nos próximos anos.
AT - No Brasil é o esporte mais praticado por cegos, contando com aproximadamente 70 equipes. E a tendência é que o esporte cresça mais nos próximos anos.
CE - Há um trabalho específico em Jundiaí para o Goalball?
AT - Sim, há um trabalho muito legal que vem dando resultados em Jundiaí, que é o PEAMA (Programa de Esportes e Atividades Motoras Adaptadas).
Qualquer pessoa com deficiência pode participar do projeto, é gratuito. Nos últimos anos o crescimento de interessados no esporte tem sido muito significante e temos colhidos bons frutos com esse projeto, o interesse de praticar o Goalball é grande, o que nos deixa satisfeitos.
CE - E em relação ao apoio, é muito precário?
AT - Acredito que, tirando o futebol, todos os demais esportes no Brasil sofrem com a falta de apoio. Sempre passamos por dificuldades, precisando de apoio de empresas e afins. Mas é algo que melhorou, se comparado ao passado.
CE - O Brasil pode ser considerado uma potência mundial?
AT - Certamente. Atualmente o Brasil é uma potência mundial, tanto que obtivemos grandes resultados nos últimos campeonatos, com destaque para a medalha de prata nos jogos olímpicos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ3imvJuojc4VKC1qF8OMjygFf3FjoDStQCtTs5g9O2tq6W0g5Fgb3i1NVQLfoNrHZmaXIemoMguho3VKswYQyfZTUeX_gz62DXE8UaWWeLe0WIOhyZltHPrMalCPaHaX3s_PrRlTJ9lA/s320/622450_457218917633067_836462629_o.jpg)
Jogadores e comissão técnica da seleção de goalball
(Foto: arquivo pessoal de Tosim)
CE - A prata que a seleção brasileira de futebol masculina recebeu foi considerada decepcionante. Para vocês a prata também foi uma decepção?
AT - Não. Tivemos um bom desempenho durante toda a competição, e a prata foi satisfatória. Também devemos reconhecer a qualidade que a Finlândia possui. Porém, acredito que em 2016 sofreremos maior pressão para trazer o ouro.
CE - Quem é o grande destaque do Brasil?
AT- O Romário, atual artilheiro da paraolimpíada com 23 gols e considerado o melhor jogador do mundo.
CE - Fale um pouco da experiência de participar de uma Olimpíadas.
AT - É uma experiência única, estando ao lado de grandes potências mundiais do esporte olímpico e paraolímpico. Sempre foi um sonho pensar em Olimpíadas e, graças a Deus, consegui realizar esse desejo. Londres se preparou bem para os jogos e fomos bem tratados, a impressão foi super positiva. Torço para que possamos fazer uma boa Olimpíadas em 2016.
Alessandro Tosim levou a seleção à conquista da prata
(Foto: Arquivo pessoal de Tosim)
CE - Falando nisso, como será a preparação para esses jogos no Brasil? Já existe alguma programação planejada?
AT - Já traçamos alguns pontos importantes do planejamento, podemos dizer que o 'esqueleto' já existe. O Brasil começará a preparação logo em janeiro de 2013 e consideramos a medalha de ouro essencial. Acredito que temos totais condições de conquistar a medalha que escapou por pouco em Londres.
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