terça-feira, 20 de novembro de 2012

TOSIM E GOALBALL: UMA PARCERIA QUE TEM RENDIDO BONS FRUTOS

Por Fábio Bogajo
Prestes a completar 37 anos, Alessandro Tosim coleciona bons trabalhos frente à seleção brasileira de goalball. Jundiaiense, casado e pai de uma filha de quatro anos. É professor universitário, fã de samba e fascinado pelo trabalho que desenvolve com pessoas com déficit intelectual (principalmente com portadores de Síndrome de Down). Tosin ganha fama e força para continuar comandando uma seleção que até pouco tempo era desconhecida no mundo esportivo.

 
Comando Esportivo - O que é o Goalball?
 
Alessandro Tosim - Goalball é um esporte coletivo criado para pessoas com deficiências visuais, não precisa ser totalmente cego, parcialmente cego já basta. Todos tem de usar vendas na hora do jogo e o objetivo é que os jogadores marquem gols através dos lançamentos com as mãos.


                                    
 
Alessandro Tosim: "Em janeiro já começaremos a preparação para as Olimíadas do Rio"
(Foto: arquivo pessoal Fabio Bogajo)
     
CE - Como está o crescimento do esporte no Brasil?

AT - No Brasil é o esporte mais praticado por cegos, contando com aproximadamente 70 equipes.  E a tendência é que o esporte cresça mais nos próximos anos.

CE - Há um trabalho específico em Jundiaí para o Goalball? 

AT - Sim, há um trabalho muito legal que vem dando resultados em Jundiaí, que é o PEAMA (Programa de Esportes e Atividades Motoras Adaptadas). 
Qualquer pessoa com deficiência pode participar do projeto, é gratuito. Nos últimos anos o crescimento de interessados no esporte tem sido muito significante e temos colhidos bons frutos com esse projeto, o interesse de praticar o Goalball é grande, o que nos deixa satisfeitos. 
 
CE - E em relação ao apoio, é muito precário?

AT - Acredito que, tirando o futebol, todos os demais esportes no Brasil sofrem com a falta de apoio. Sempre passamos por dificuldades, precisando de apoio de empresas e afins. Mas é algo que melhorou, se comparado ao passado.

CE - O Brasil pode ser considerado uma potência mundial?
AT - Certamente. Atualmente o Brasil é uma potência mundial, tanto que obtivemos grandes resultados nos últimos campeonatos, com destaque para a medalha de prata nos jogos olímpicos. 
   
                         
 Jogadores e comissão técnica da seleção de goalball
(Foto: arquivo pessoal de Tosim)


 
CE - A prata que a seleção brasileira de futebol masculina recebeu foi considerada decepcionante. Para vocês a prata também foi uma decepção?

AT - Não. Tivemos um bom desempenho durante toda a competição, e a prata foi satisfatória. Também devemos reconhecer a qualidade que a Finlândia possui.  Porém, acredito que em 2016 sofreremos maior pressão para trazer o ouro. 

CE - Quem é o grande destaque do Brasil?
 



AT- O Romário, atual artilheiro da paraolimpíada com 23 gols e considerado o melhor jogador do mundo.



CE - Fale um pouco da experiência de participar de uma Olimpíadas.
 



AT - É uma experiência única, estando ao lado de grandes potências mundiais do esporte olímpico e paraolímpico. Sempre foi um sonho pensar em Olimpíadas e, graças a Deus, consegui realizar esse desejo. Londres se preparou bem para os jogos e fomos bem tratados, a impressão foi super positiva. Torço para que possamos fazer uma boa Olimpíadas em 2016.
 


                            
                      Alessandro Tosim levou a seleção à conquista da prata
(Foto: Arquivo pessoal de Tosim)

CE - Falando nisso, como será a preparação para esses jogos no Brasil? Já existe alguma programação planejada? 
 
ATJá traçamos alguns pontos importantes do planejamento, podemos dizer que o 'esqueleto' já existe. O Brasil começará a preparação logo em janeiro de 2013 e consideramos a medalha de ouro essencial.  Acredito que temos totais condições de conquistar a medalha que escapou por pouco em Londres.
 

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