terça-feira, 20 de novembro de 2012

A SITUAÇÃO PREOOCUPANTE DO ESPORTE EM SALTO - PARTE 4: ESPORTES NAS PERIFERIAS


Campeã nacional deixou a cidade na adolecência.
Secretário reconhece o distanciamento no trabalho com as periferias. 
O esporte nas periferias também é um problema polêmico na cidade. Recentemente, Salto revelou uma grande atleta para o vôlei nacional. Sara Dias, de 18 anos, recentemente, foi campeã com a Seleção Brasileira no sul-americano de Vôlei feminino juvenil, em Lima no Peru. A atleta é cotada como uma das revelações da base brasileira para as próximas olímpiadas, no Rio de Janeiro.



Sua mãe, Aparecida Dias, de 54 anos, diz que foi complicado no início da carreira da atleta. Moradora do bairro Santa Cruz, uma das regiões mais populosa da cidade, Aparecida conta que a prefeitura pouco apoiou no transporte para o centro da cidade: “Foi complicado. No início, quando Sara tinha 13 anos, a prefeitura fez uma peneira nas escolas, que recrutou muita gente para levar ao ginásio, no centro. Só que com o passar do tempo, somente a Sara continuou a frequentar os treinamentos. Com isso a prefeitura parou de dar o apoio do vale transporte.”

“Realmente a secretaria peca um pouco na hora de levar o esporte à periferia. Hoje os grandes polos esportivos da cidade estão no centro, dificultando o acesso dos jovens para realizar as atividades físicas”, reconhece Ronaldo Isep

Aparecida Dias afirma que a continuidade de Sara no vôlei dependeu de uma iniciativa privada: “A Sara treinava na escolinha do Edmur José e no ginásio municipal. Com a recessão da prefeitura em disponibilizar o transporte público gratuitamente, o Edmur se comprometeu a deixá-la treinando na escolinha gratuitamente. O que ele queria era não vê-la fora do vôlei”, diz a mãe, que completa: “Se eu não tivesse condição nenhuma de apoiá-la, ela estaria parada. A cidade tem muita gente boa, só que não valoriza prata da casa.”

Atual presidente da Associação dos Moradores do Bairro Santa Cruz, Ivo Batista diz que o investimento nos esportistas do bairro é muito pequeno. “Segundo comentado, a verba da secretaria de Esportes é muito pequena e até agora não veio nada para nós. No Santa Cruz temos quatro times de futebol no amador, seis no varzeano e os incentivos para essas equipes que revelam jogadores são muito pouco. Eu acho que a prefeitura devia empenhar mais e valorizar o Santa cruz que é um lugar muito forte no esporte”, comenta Ivo, que também é presidente do atual campeão do campeonato Amador de Futebol, Esporte Clube Santa Cruz.

Pai de Sara, seu pai Sebastião da Silva, 60 anos, não perde um jogo da filha, seja pela TV ou pela Internet. Seu Tião, como é conhecido, diz com orgulho que sua filha terá um grande futuro na seleção. “Pelo fato dela ser canhota, muitos a comparam com a Leila. Tenho certeza que ela será umas das atletas que farão parte da seleção para disputar a Olimpíada do Rio de Janeiro”, aguarda, senhor Tião. Além do ouro com a seleção, Sara conquistou prata no pan-americano sub 23 em setembro e o vice-campeonato no Brasileiro de Seleções, pela Seleção Paulista. Isso, sem contar os inúmeros títulos pelo ADC Bradesco, clube na qual defende desde 2008.

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