terça-feira, 20 de novembro de 2012

A SITUAÇÃO PREOCUPANTE DO ESPORTE EM SALTO - PARTE 5: FUTEBOL AMADOR E FUTURO INCERTO



Campeonato Amador de futebol é o mais popular da cidade.
Criticos afirmam falta de investimento na modalidade.
Atualmente, o futebol amador de Salto é a competição mais popular da cidade. Abrangendo grande número de expectadores nos finais de semana, o campeonato completou 56 anos de existência. Porém, sofre grande crise em relação ao problema financeiro das equipes. “É difícil se manter no campeonato amador pelo aspecto financeiro. O teto salarial dos jogadores é muito alto. Mesmo sendo uma competição amadora, você precisa pagar certos jogadores para manter uma equipe competitiva, caso contrário, não adianta colocar o time na competição. Isso sem contar o “terceiro tempo”, o cachê dos árbitros, os materiais esportivos e os transportes dos jogadores das outras cidades. Isso é muito complicado”, revela Chicão Carteiro, presidente do Esperança Futebol Clube.



O Campeonato Amador, realizado pela Liga Desportiva Saltense, conta neste ano com oito equipes. Porém, houve épocas segundo esportistas da cidade que a competição chegava a 20 ou 30 times. A queda se deve ao alto orçamento necessário para se sustentar no competição. Segundo José Maria de Souza, fundador da Liga Desportiva isso se deve à falta de apoio da secretaria de esportes: “O recurso da secretaria é praticamente nenhum. O que ela ajuda a pagar é 50% da arbitragem e ceder os campos municipais, nada além disso”.
Ronaldo Isep rebate as reclamações: “A secretaria de Esportes apoia todos os eventos esportivos. Alguns ela realiza e outros ela apoia. Temos os campeonatos Amador, Varzenano, Cinquentão que são organizados por uma associação ou pela liga. A secretaria de Esportes apoia pagando uma parte da arbitragem, ou com os troféus”, diz o secretário. Ronaldo afirma que não basta depender apenas do poder público que tem outras tantas modalidades para promover: “A atitude de fazer o campeonato vem das ligas. Elas passam pela secretaria para reservar os campos e ver se a gente tem condições de apoiar em alguma coisa. Ela tem que ter a secretaria de Esportes como um auxílio porque a secretaria de esportes não é a secretaria de futebol amador. Ela tem que ter um espaço para todos.”
“O esporte deve ser encarado como atividade que complementa outras áreas”
O jornalista Valdir Líbero relembra grandes momentos de Salto no esporte: “Na década de 1950, Salto chegou a ter simultaneamente três clubes disputando as divisões de acesso da Federação Paulista de Futebol: Saltense, Guarani e Avenida. Hoje não temos nenhum. Sem contar que a cidade já foi referência no basquete feminino na década de 1980, quando foi Campeã do Troféu Imprensa, com a equipe Emas-Mandi, que tinha no seu elenco jogadoras de Seleção Brasileira. Com isso, o público local teve o privilégio de ver jogar, em Salto, por outras equipes, atletas do mais alto nível, como Hortência e Magic Paula, por exemplo.”
Para voltar a dar orgulho à cidade, o esporte, segundo o jornalista, deve fazer parte efetivamente da vida administrativa da prefeitura de Salto. “Em primeiro lugar é preciso colocar o esporte como uma das prioridades da administração pública, o que nunca aconteceu nesta atual. O resto vem por consequência.”
Perguntado de por que investir no esporte, Valdir diz com firmeza: “Porque é uma de suas obrigações. Se não fosse, não precisaria existir uma secretaria exclusiva. Além do mais, o esporte deve ser encarado como uma atividade que beneficia, ou complementa, várias outras áreas, como saúde, educação, social, segurança, turismo etc. É só querer enxergar – e valorizar”.
Nota - Nossa equipe tentou contatar Juvenil Cirelli, prefeito eleito nestas eleições pelo PT, para esclarecer algumas informações e declarar seu plano de governo destinado ao esporte em seu mandato. Mas o atual vice-prefeito informou que irá aguardar até a indicação do novo secretário no final de novembro para se pronunciar.

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