Equipe de
saltense de futebol americano vem ganhando espaço no cenário paulista. Esporte
conquista muitos adeptos no Brasil.
Por Eduardo Martins
Adorado nos Estados Unidos, o futebol americano ainda é pouco conhecido no Brasil, mas vem ganhando espaço no cenário esportivo nacional. O esporte estadunidense vem ganhando muitos adeptos a cada ano, que apreciam a diversidade de biotipos e o desafio mental que o esporte proporciona. Neste ano, 71 equipes profissionais estão federadas à Associação Brasileira de Futebol Americano, através das federações estaduais.
Adorado nos Estados Unidos, o futebol americano ainda é pouco conhecido no Brasil, mas vem ganhando espaço no cenário esportivo nacional. O esporte estadunidense vem ganhando muitos adeptos a cada ano, que apreciam a diversidade de biotipos e o desafio mental que o esporte proporciona. Neste ano, 71 equipes profissionais estão federadas à Associação Brasileira de Futebol Americano, através das federações estaduais.
Entre
elas está o Salto Flames. A equipe foi criada em 2008 por Felipe Gorzi, com
nome de Flames Futebol Americano em Indaiatuba. Sem muita estrutura, Felipe
conseguiu montar um time e disputar o Torneio Principal da Liga
Paulista de Futebol Americano, em 2010, terminando em sexto. Um ano
depois, a equipe se transferiu para Salto, onde firmou um acordo com a
secretaria de Esportes da cidade, herdando o nome da cidade. Contando com o
Estádio Amadeu Mosca para jogos e treinamentos, hoje o Salto Flames é uma das
mais conhecidas equipes flag do interior paulista.
![]() |
Equipe se preparando para o treino (Foto: Elton Santana) |
Hoje, Salto Flames conta com quatro modalidades: o
Flag 5x5 feminino, Flag 5x5 masculino (categoria de base), Flag 8x8 masculino,
e mais recentemente o Full Pad, que é o futebol tradicional com equipamento. Os treinos são realizados no estádio Amadeu Mosca, em Salto. Para começar a treinar, o interessado deve entrar em contato por telefone (19 9150-8076), e-mail (contato@flaemsfa.com.br), ou pelo site do clube.
Leia mais:
Saltense é destaque em título da seleção brasileira de vôlei juvenil
A situação preocupante doesporte em Salto
Sorocaba Vipers se prepara para a próxima temporada
Muitos
dos atletas do Salto Flames estão começando agora, como é o caso
Luiz Gustavo Bertolini. O rapaz de 16 anos começou os treinamentos acompanhado
do irmão e já está a mais de uma semana no time. “Eu assistia muito o Futebol
Americano. Meu irmão conhecia o Alexandre e viemos aqui e gostamos. O mais
interessante é que cada um tem sua função e todas são diferentes, o que é legal”,
disse Gustavo.
Alexandre confessa que as dificuldades para divulgação são grandes pelo aspecto financeiro. Segundo o treinador, o trabalho boca a boca e as redes sociais são as principais ferramentas para trazer novos jogadores para o clube: “Hoje o Facebook é brincadeira, ajuda muito. E a gente faz muito boca a boca. Quando vemos um cara com um perfil bom, nós convidamos. E também contamos com o apoio da imprensa que divulga quando tem jogo ou peneira. Mas no dia a dia somos nós mesmo que fazemos a divulgação.”
Alexandre confessa que as dificuldades para divulgação são grandes pelo aspecto financeiro. Segundo o treinador, o trabalho boca a boca e as redes sociais são as principais ferramentas para trazer novos jogadores para o clube: “Hoje o Facebook é brincadeira, ajuda muito. E a gente faz muito boca a boca. Quando vemos um cara com um perfil bom, nós convidamos. E também contamos com o apoio da imprensa que divulga quando tem jogo ou peneira. Mas no dia a dia somos nós mesmo que fazemos a divulgação.”
Diversidade é um
ponto forte
Um
dos principais pontos positivos do futebol americano é a diversidade de biotipo
de jogadores. O futebol é um dos poucos esportes que conseguem trazer em uma só
equipe pessoas com tipos físicos diferentes, já que cada posição necessita de características
diferentes. Com isso, a inclusão é muito maior em relação à outros esportes de
ponta. “Nós vemos no futebol americano uma grande diversidade de pessoas.
Grandes, fortes e magras, gordas e altas, que correm ou não correm. Cada um tem sua
função dentro do time. É uma junção que acaba complementando tudo”, afirmou
Erick Calça, técnico da equipe feminina e capitão da defesa da equipe
principal.
Alexandre
Marcondes exalta essa característica do esporte. O treinador diz que a
diversidade de biotipos dos atletas é essencial para compor um time. “O futebol
Americano é um esporte coletivo que não tem preconceito contra nenhum perfil.
Para todo o perfil tem uma posição. Essa diversidade é um dos pontos principais
do esporte. Precisamos tanto do pessoal de 200 quilos até o pessoal de 50
quilos para correr”, disse o treinador.
![]() |
Jovens treinando pesado sob o forte sol de domingo (Foto: Elton Santana) |
Apesar
da grande diversidade de atletas ainda existem os preconceitos sobre o esporte
no Brasil. Muito pela falta de conhecimento das pessoas sobre o futebol.
Segundo Alexandre Marcondes, os gordinhos são os que mais se esquivam quando
convidados para praticar o esporte. Mal sabem eles que são peças importantes na
equipe. “Eles acham que não podem praticar o esporte por serem pesados e passam
vergonha. Mas é totalmente diferente. Os jogadores acima do peso são ídolos. Ninguém
consegue passar por um cara de 180 ou 200kg. Eles são as muralhas do time,
o camisa 10. O quarterback tem toda a pompa de craque do time, mas se não tiver
a muralha para protege-lo, não consegue jogar. Mesmo assim são os que mais se
participam dos treinamentos pois, quando chegam aqui vê que tem um monte de
cara no perfil dele, e acaba automaticamente se incluindo no grupo”.
Começo com o Flag
Desenvolvido para minimizar lesões e baratear
a prática do esporte, o Flag Football é uma versão com contato limitado do Futebol
Americano. Com regras parecidas ao Futebol tradicional, a modalidade tem como
diferença maior o pouco equipamento utilizado e forma de derrubar um atacante adversário. O marcador deve retirar uma fita
presa à cintura do adversário para parar a jogada. O nome da modalidade veio da
fita, que em Inglês é chamada de Flag.
Equipes participantes do Paulista Flag 2012
|
|
Equipes
|
Cidades
|
Araras Steel Hawks
|
Araras
|
Avaré Seme Mustangs
|
Avaré
|
Barretos Carcarás
|
Barretos
|
Brasil Devilz
|
Barueri
|
Piracicaba Cane Cutters
|
Piracicaba
|
Salto Flames
|
Salto
|
Guarulhos Red Warriors
|
Guarulhos
|
Lusa Rhynos
|
Guarulhos
|
São José Jets
|
São José dos Campos
|
Cronos Football
|
São Paulo
|
São Paulo Black Devil
|
São Paulo
|
Old Shool Football
|
São Paulo
|
São Paulo Silver Knights
|
São Paulo
|
São Paulo Sharks
|
São Paulo
|
São Paulo Tigers
|
São Paulo
|
Taubaté Big Donkeys
|
Taubaté
|
Mais
simples que o futebol tradicional, o futebol flag foi a primeira modalidade
praticada pelo Salto Flames. Sem necessitar de grandes equipamentos de proteção
e por ser financeiramente viável, a modalidade foi escolhido pela diretoria
para dar início às atividades. As características do Flag são interessantes e excelentes
para uma os testes de uma equipe nova. “A simplicidade do equipamento, que é só
a fita, é bom para um começo, que, financeiramente é viável”, revela Alexandre
Marcondes.
Mesmo
com a limitação, o futebol Flag é bem popular entre as equipes de futebol
Americano no Brasil. No estado de São Paulo, o campeonato Paulista da
modalidade, organizado pela Associação Pró-futebol Americano (APFA), contou com
16 equipes.
“Depois que você começa a jogar o flag você
começa gostar, pois é tão legal quanto o Full Pad”, disse Everton Cisz, de 25 anos, que está no
clube desde Fevereiro de 2010. “Cara, o flag é mais complicado ele é dinâmico
que o full pad. Ao invés de você chocar com o cara para derrubá-lo e para a
jogada, você tem que tirar a fitinha, que é muito complicado”, completou o
jogador.
![]() |
Jogador do Flames retira a fita do atleta do Mustangs pelo
Paulista Flag (Foto: Salto Flames)
|
O Salto Flames disputou o Campeonato Paulista de Flag por duas vezes. Em 2011, a equipe saltense chegou às semifinais, mas foi derrotado pelo Palmeiras Locomotives. Este ano, o Flames não passou da primeira fase. O campeonato é disputado desde 2001.
Todos campeões do Paulista de Flag
|
|
2011
|
Avaré Seme Mustangs
|
2010
|
Palmeiras Locomotives
|
2009
|
São Paulo Spartans
|
2008
|
Silver Bullets Team
|
2007
|
Sorocaba Vipers
|
2006
|
Metropolitan Locomotives
|
2005
|
Brazil Devilz
|
2004
|
São Paulo Sharks
|
2003
|
São Paulo Sharks
|
2002
|
São Paulo Sharks
|
2001
|
São Paulo Sharks
|
Hoje
o Flames possui uma boa relação com o poder público. Além de ceder do Estádio
Amadeu Mosca para treinamentos
e jogos, a prefeitura ajuda financeiramente em outros aspectos. “Todos os
campeonatos em que entramos a prefeitura paga todo o fardamento, alimentação,
viagem. Ela ajuda muito”, completou Alexandre.
Futebol feminino
Mesmo
com divulgação apenas por boca a boca e panfletagens, o Marketing do Salto
Flames é eficiente. Todo treino jovens aparecem no estádio Amadeu Mosca para
matar a curiosidade do esporte. Entre eles estão meninas, que curiosamente,
também são apaixonadas pelo esporte.
Meninas do Flames fazem amistoso contra o Cronos pelo Flag 5x5 (foto: Salto Flames) |
Aline
Oliveira, de 21 anos, é um grande exemplo da forte participação feminina no
esporte. A atleta, que está na equipe há um ano e oito meses, diz que a
impressão de jogo violento se dissipou quando ela conheceu melhor o esporte: “A
gente sempre vê filme e acha que e só pancadaria, mas quando cheguei aqui vi
que é muito diferente. O esporte prioriza muito a tática de jogo, como um jogo
de xadrez. Só pancadaria ninguém vai a lugar nenhum. Foi uma surpresa, pois
achei que fosse só pancadaria, mas é totalmente diferente”.
![]() |
Jogadoras se sentem a vontade no esporte de grande contato (foto: Elton Santana) |
Flávia
comenta sobre a dificuldade em convidar meninas para o esporte. Segundo ela, o
preconceito é a principal barreira para pratica do Futebol. “A maioria falava
que não conseguiria jogar, ou que só homem poderia jogar. Mas a gente falou que
tem lugar para todo mundo, e informamos sobre a variedade de tipos físicos.
Pode ser magro ou gordo cada um vai ter um lugar no time”.
Projetos e
ambições
Além
do Full Pad, o Salto Flames possui projetos ambiciosos para a próxima
temporada. O principal atrativo será o intercâmbio de informações entre a equipes
universitárioa do Canadá. Atualmente, o diretor da Felipe Von Zorgi está em
território canadense para trocar experiências com equipes escolares e em breve
trará novidades para o Brasil. “O Felipe ficou um ano no
Canadá. Trabalhou numa escola canadense e irá trazer toda sua experiência para
somar com nosso trabalho, disse Alexandre.
![]() |
(Foto: Elton Santana) |
Mesmo
com tão pouco tempo de criação o Salto Flames já conquistou muitas pessoas e
está crescendo no esporte. Mesmo assim, Alexandre diz que a equipe precisa de
mais jogadores para disputar os campeonatos: “Começou a temporada 2013. estamos
precisando de mais jogadores. Já temos um time muito forte, mas quanto mais
gente tiver, melhor. E queremos jogadores de qualquer perfil. Desde os caras
que acham que não tem como jogar que são os caras acima de 150 e 200 quilos até
os magrelos são muito benvindos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário