segunda-feira, 29 de outubro de 2012

ESPORTE JUNDIAIENSE CRESCE


Por Fábio Bogajo
Jundiaí tem se desenvolvido em diversas áreas e o esporte não fica para trás. A construção de novos centros esportivos e a reestruturação de outros traz um bom leque de opções aos moradores da região. Segundo o Diretor de esportes de Jundiaí, Luis Zanbom, não há uma secretária especifica que cuide do esporte, ela é conjunta com a da Educação e vem trazendo bons resultados: “Cerca de 2% de toda verba da Educação é repassada ao esporte. Em 2013 acreditamos que a verba destinada chegue a 30 milhões”.

A cidade possui complexos esportivos importantes como, por exemplo, o Centro Esportivo Nicolino de Lucca, mais conhecido como Bolão, que possui diversas atividades para atletas amadores, profissionais e para os que procuram apenas uma caminhada. A aposentada Célia Ferreira, 78, elogia as condições que o complexo oferece: “É um lugar que tem atrações para todas as idades.” Ela também destaca os cursos gratuitos que são oferecidos: “Tem academia, corrida e a natação é praticada em uma piscina de tamanho oficial.”

                            Pista de atletismo do complexo Bolão
                         
Entretanto, muitos usuários não concordam que as condições sejam boas. O estudante Fabrício Rodrigues, 20, utiliza a academia do Bolão há mais de três anos e afirma que muitos aparelhos estão em péssimo estado: “Desde que comecei a utilizar a academia pouquíssimos aparelhos foram trocados, vários já quebraram e demoram a chegar os novos. Certamente há dinheiro para ser investido aqui.”  O também estudante Rodrigo Esteves, 18, cursa o primeiro ano de Educação Física na Escola Superior de Educação Física de Jundiaí (ESEF) e comenta sobre  o estado da quadra de futsal: “Está bem desgastada, reinvindicamos a reforma durante um longo tempo e só agora que veio a ocorrer”.

Outro projeto existente no Bolão é o do PEAMA (Programa de Esportes e Atividades Motoras Adaptadas). O programa, implantado em 1996, é uma iniciativa da prefeitura de Jundiaí em incluir socialmente as pessoas com deficiências por meio de atividades físicas. Donizete Silva, 47, é deficiente visual e frequentador do programa, ele explica um pouco melhor o que isso representa: "O PEAMA tenta passar a importância da socialização e prática de esportes para todo ser humano. Isso ajuda em diversos fatores, como na qualidade de vida física e social. São oferecidas várias modalidades: bocha, basquete, caminhada, atletismo, dança, futsal... São várias opções e todas gratuitas. Pratico golbol (jogo praticado por atletas deficientes visuais, cujo objetivo é arremessar uma bola sonora com as mãos no gol do advesário) aqui há algum tempo e não pretendo parar tão cedo."

Jundiaí conta, ainda, com outros 17 complexos esportivos espalhados  pela cidade. O Complexo Educacional, Cultural e Esportivo Léo Pereira Nogueira, localizado no bairro Jardim Sarapiranga, foi inaugurado há sete anos e sempre foi bastante utilizado. O estudante Gustavo Araújo, 16, joga futebol e integra a seleção de base de Jundiaí, ele elogia a iniciativa, mas com ressalvas: “Jogo bola aqui desde que inaugurou, antes não havia nada parecido por perto. Foi algo importante para o bairro, mas que deveria ser melhor cuidado, como o gramado do campo, por exemplo, que há tempos não tem melhorias e a quadra poderia ser coberta”. E completa: "Acredito que a prefeitura poderia dar mais valor para os atletas daqui, tem muita gente de fora que recebe mais oportunidades do que nós, jundiaienses".

                              Campo do centro esportivo Léo Pereira Nogueira

Atleta amadora de Rugby, Amanda Prodócimo, 16, joga no Cougars Rugby Girls e também critica a falta de apoio da prefeitura, alegando que falta muito para se alcançar um nível aceitável. "O esporte em Jundiaí não é muito valorizado, como na maioria das cidades do interior de São Paulo. Não digo que é por falta de investimento, pois o futebol recebe um grande direcionamento financeiro para auxiliar no desenvolvimento, como também o vôlei. Agora para uma jogadora amadora de rugby, como eu, digo por mim e pelos outros jogadores ,não recebemos a devida valorização",desabafa. "Jundiaí precisa de uma mudança de olhar, ou seja, precisa abrir seus olhos para outros esportes, que mesmo ainda na maioria das vezes, não sendo conhecidos, passariam a ser incentivados e/ou praticados pelos cidadãos jundiaienses, como na maioria das outras cidades".


          Amanda Prodócimo: Apoio ao rugby feminino é quase inexistente

É inegável que  o esporte jundiaiense vem crescendo, mas  apesar das boas iniciativas, é notável que ainda há muitos aspectos deficientes que necessitam de investimentos e mudanças.

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