José Augusto Silva Gomes, 20 anos, residente em Jundiaí é desconhecido para o grande público, mas já acumula muito mais conquistas que alguns famosos. O jovem que começou a praticar taekwondo aos treze anos evoluiu rapidamente, chegou a ser convocado para a seleção e sonhou viver do esporte. Devido à falta de patrocínio e incentivo, o sonho foi deixado de lado.
Atualmente, José Augusto desistiu de competir e, desde 2010, divide o tempo entre os estudos (cursa o quinto semestre de direito na universidade UniAnchieta) e a prática do esporte apenas por lazer.
Apesar de não ter realizado o sonho esportivo, José Augusto não se arrepende do caminho que percorreu, ainda teve participação direta na lei "Partido dos Esportes" e relembra com carinho tudo que já fez.
Arquivo Pessoal.
José Augusto mostra algumas medalhas conquistadas.
Veja abaixo a entrevista exclusiva:
FÁBIO BOGAJO - Por que surgiu o interesse da praticar uma arte marcial?
JOSÉ AUGUSTO - Sempre me interessei por lutas, acho revigorante. Mas comecei a praticar de maneira séria aos 13 anos. Eu queria emagrecer, então juntei o útil ao agradável e comecei taekwondo.
FB - E escolheu o taekwondo por qual motivo?
JA - Pela disciplina e respeito que o esporte impõe.
FB - Quais atletas que você admira no taekwondo?
JA - Tenho grande admiração pelo Diogo Silva e Fernando Lopez. A Natália Falavigna também é muito boa. Além deles o meu mestre, Lucas Rebello.
FB - E quais são as principais regras?
JA - Primeiramente, tem que ter respeito. Respeito a tudo. Para pontuar, um chute comum na cabeça vale dois pontos, um chute giratório na cabeça vale três pontos, chute comum no tronco um ponto e giratório no tronco são dois pontos. Qualquer chute ou soco com abertura de nocaute acrescenta um ponto na pontuação recebida.
Arquivo Pessoal.
José Augusto (à esquerda) em treinamento.
FB - E qual a força do esporte no Brasil?
JA - Ainda é fraca, mesmo assim sempre surge um novo bom lutador. Mas como quase não existe apoio, complica demais para ter mais sequências e oportunidades.
FB - O que você acha que é necessário para o esporte melhorar aqui no Brasil? Quão escasso é esse apoio?
JA - Não tem apoio algum! É muito complicado consegui-lo, através do município, por exemplo. Até existe o bolsa atleta. Um campeão estadual consegue uma verba de R$600,00, um campeão internacional já consegue mais ou menos R$2400,00. Mas ainda é muito pouco, acho que falta interesse de muitas partes. Por exemplo, se ninguém transmite o evento é muito mais difícil de achar alguém para te patrocinar.
FB - E quais competições que você já ganhou?
JA - Já ganhei campeonato brasileiro, paulista, internos e um Sul-América que, apesar de ter esse nome, derrotei um americano na final.
Arquivo Pessoal.
Troféu conquistado em competição disputada em Salto.
FB - Em 2016, o Rio de Janeiro receberá as Olimpíadas, é possível sonhar com ela?
JA - Não. Eu parei de competir devido ao ensino superior e, principalmente, à falta de apoio. Aqui no Brasil não dá para viver do Taekwondo, infelizmente, já que era um dos meus maiores sonhos. Em 2007, fui convidado para integrar a seleção brasileira, acredito que seria possível disputar alguma Olimpíada se houvesse um trabalho mais bem feito aqui no Brasil com esse esporte.
FB - Com o crescimento do UFC, você acredita que não só o taekwondo, mas outras lutas possam crescer e conquistar mais praticantes/apoio?
JA - Acho que sim, é algo que pode ajudar muito. Porém, a maior divulgação do taekwondo sempre será no Pan e nas Olimpíadas.
FB - Quais os lugares que você já viajou para lutar que mais te marcaram?
JA - Fora do Brasil, Bariloche e Kiev! Passei muito frio nos dois lugares, acho que nunca passei tanto frio na minha vida, mas valeu a pena! Aqui no Brasil eu já viajei para grandes cidades como Rio, Belo Horizonte e Vitória, além de São Paulo.
FB - Quais os lugares que você já viajou para lutar que mais te marcaram?
JA - Fora do Brasil, Bariloche e Kiev! Passei muito frio nos dois lugares, acho que nunca passei tanto frio na minha vida, mas valeu a pena! Aqui no Brasil eu já viajei para grandes cidades como Rio, Belo Horizonte e Vitória, além de São Paulo.
FB - E qual a diferença do apoio que vocês recebem para o apoio que os lutadores estrangeiros têm?
JA - Nos países que o taekwondo é forte a diferença é gigante! Eles recebem apoio desde o ensino fundamental, há incentivo nas escolas para que eles pratiquem vários esportes. Já no Brasil, não há nada desse tipo.
FB - Há algo que queira acrescentar?
FB - Há algo que queira acrescentar?
JA - Não consegui seguir carreira no esporte, mas ainda assim sou praticante e apaixonado. Tive participação direta na lei "Partido dos Esportes", projeto de lei no. 41, de 2009. Esse projeto consiste em uma criação de olimpíada paulista, é um incentivo ao esporte! Além disso, conta com a participação dos integrantes da Fundação Casa como integração a um trabalho. Acho, também, que quem sonha em praticar um esporte menos popular no Brasil não deve desistir, vemos vários exemplos de vitórias.
Fotos: Arquivo Pessoal.
José Augusto: "Quem sonha em praticar um esporte menos popular não deve desistir."
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